CHINA
O Império do Meio
A China foi uma das primeiras civilizações da humanidade. Segundo lendas e tradições chinesas, o Vale do Rio Amarelo era habitado por agricultores e artesãos desde 3.000 a.C. Cultivavam milho e criavam animais, como cães, porcos e cabras. Sabiam fundir o bronze para fabricar armas e outros utensílios.
Como os egípcios, desenvolveram técnicas para o controle do regime das águas do rio, como a construção de diques e canais. Como precisavam de muita força de trabalho para essas obras, as comunidades agrícolas uniram-se sob uma mesma autoridade política, sendo os membros da família Chang os primeiros governantes com existência histórica comprovada por achados arqueológicos. Essa dinastia reinou sobre a China entre 1.500 e 1.027 a.C.
A família Tchen subjugou os Chang e governou até o século III a.C., estendendo os domínios chineses até o Vale do Rio Azul.Disputas entre famílias nobres eram constantes e dividiram o país, que tornou-se vulnerável a invasores mongólicos, vindos do norte. Mas em 221 a.C., o soberano Che Huang-Ti, de Quin(ou Tsin), submeteu os rivais e proclamou-se imperador da China, instituindo a partir daí, um mesmo sistema de escrita para todos os chineses, minimizando a influ6encia dos dialetos na desunião entre os diversos povos. Também aplicou um sistema único de pesos e medidas, abriu estradas e, com isso, impulsionou o comércio que, por sua vez, desenvolveu as cidades. Um eficiente sistema de arrecadação de impostos garantiu ao imperador recursos para manter um exército profissional.
Para afastar a ameaça de invasões ao norte, construiu a Grande Muralha, entre 215 e 210 a.C.
Uma variante do nome Quin deu origem à palavra China, mas os chineses chamavam sua terra de Império do Meio, pois a consideravam o centro do mundo. Os sucessores do soberano de Quin justificaram tal sentimento, transformando a China num império tão vasto e poderoso quanto o Império Romano, que na mesma época se estendia da Península Ibérica à Ásia Menor.
As Classes Sociais
Os imperadores eram considerados Filhos do Céu, intermediários entre a divindade e o povo. Oficiavam as cerimônias religiosas públicas mas, na prática, a autoridade política dos ministros e outros funcionários letrados era maior que a dos imperadores.
Os administradores, chamados de mandarins, organizavam o trabalho da população, fixavam preços, coletavam impostos e estabeleciam o calendário de atividades e festas. Escreviam tratados comerciais e poesia; aprimoraram a caligrafia sobre tábuas de bambu e rolos de seda.
Menos prestígio tinham outras duas classes, a dos militares e dos comerciantes e membros do clero.
Na base da pirâmide social estava a massa de camponeses e artesãos urbanos. Aqueles trabalhavam nas terras do Estado, na construção de diques e estradas e nas minas de ferro e sal. Estes, aglomeravam-se em bairros pobres das cidades muradas, em casas de bambu e madeira.
A Economia e as Invenções
Desde 700 a.C., os artesãos chineses dominavam a arte de fundir o ferro e faziam vasos e objetos de marfim, jade e porcelana. A produção artesanal tomou grande impulso na dinastia de Han (206 a.C. a 221 d.C.). Em cerca de 120 a.C. os chineses aprenderam a tecer com os fios do bicho da seda, criado em plantações de amoras.
No século II a.C. inventaram o papel e passaram a usá-lo para imprimir livros, dinheiro em notas, fazer leques e até janelas. Também foram os chineses que inventaram a bússola e a pólvora, sob a (906 a 1.279 d.C.); e criaram a primeira forma de impressão, a arte de entalhar figuras e letras sobre uma superfície de madeira que, recoberta de tinta, permite reproduzir as imagens em folhas de papel ou outro material: era a xilogravura, precursora da imprensa. Como vemos, os chineses deram contribuições extremamente importantes para o progresso da humanidade.
Suas mercadorias eram cobiçadas pelos ricos do Império Romano e os chineses, por sua vez, cobiçavam os cavalos da Ásia Central. Os mercadores árabes monopolizavam essas trocas comerciais e, em caravanas de camelos, levavam os produtos chineses até Damasco e Antióquia, na Síria, e Tiro, na Fenícia: cidades dominadas então pelos romanos. Essa rota era chamada de Rota da Seda e foi por ela que, em 57 d.C., o budismo entrou na China, vindo da Índia, bem como o pensamento chinês saiu para influenciar as demais civilizações do continente asiático.
A Cultura e Confúcio
Enquanto a sociedade evoluía, aumentava a diferença entre pobres e ricos. No século VI a.C., o pensador Lao-Tsé condenou a situação, enfatizando que o desejo de adquirir, e não de cooperar, afastava o homem do caminho da harmonia consigo mesmo e com os outros. Caminho é TAO em Chinês, daí o nome taoísmo para o ensinamento filosófico-religioso de Lao-Tsé. Para ele, a harmonia se encontra no equilíbrio entre dois princípios que se completam: o yin, elemento feminino passivo, representado pela lua e pelo céu; e o yang, energia masculina ativa, simbolizada pelo sol. A partir dessas idéias, os chineses desenvolveram um conjunto de teorias na medicina, com o uso da acupuntura.
Confúcio, mandarim que viveu entre 551 e 479 a.C., criou outra doutrina, segundo a qual se consegue a sabedoria seguindo a experi6encia e os ensinamentos dos antepassados e dos grandes monarcas. O confucionismo instruía os poderosos a governar com moderação, amor ao próximo e culto aos antepassados.
Já para os seguidores do legismo ou Escola das Leis (século IV a.C.), guerra e disciplina eram formas de fortalecer o poder imperial. O confucionismo influenciou os soberanos da dinastia Han e o legismo se popularizou nos períodos mais tensos e difíceis.
O império se manteve por mais de 2.000 anos, até a proclamação da República em 1912
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